Sugestão de leitura: Jóquei, de Matilde Campilho


RUA DO ALECRIM
Uma menina desenha uma estrela de cinco pontas
a esferográfica Bic na mão de outra menina.
Chove, e mesmo assim o desenho não sangra:
é preciso muito mais do que certas condições
climatéricas para que o amor escorra.

Assisto a toda a cena e penso que esta visão,
real ou inventada,
é muito pior do que a verdade a bofetadas. 




Olá, humanos.

Faz tempo que não trago um livro aqui, não é mesmo? Além disso, quando o faço é uma espécie de resenha. Contudo, hoje me limito a indicar um livro que conheci na época da faculdade e me vi revisitando recentemente.

Jóquei foi publicado no Brasil em 2015 pela Editora 34. Dividido em sete partes, o livro é composto de poemas (incluindo em prosa) que retratam temas banais e, de certa forma, biográficos. Não pretendo ser técnica ou fazer análises, portanto minha descrição resume-se a dizer que é possível perceber na obra um espanto infantil com o mundo e com a linguagem, de onde escorre uma melancolia nostálgica.

Destaco que a maioria dos poemas é curto, e mesmo os mais longos não têm mais de duas ou três páginas. É uma leitura bastante agradável, sendo acessível para a maioria das pessoas (há trechos e poemas inteiros em inglês, o que pode ser um impedimento para quem não lê nesse idioma).

Espero que apreciem a sugestão e tenham uma boa semana.

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